domingo, 21 de novembro de 2010

De mais... De menos... Demais

Calma, isso não é aula de gramática, afinal, ainda é domingo e passei o final de semana longe das revisões de estilo e concordância. Aliás, analisei muito a semântica da minha vida e não sei se tem existido concordância entre o que penso, quero, assumo... faço... Culpa do estilo? Culpa do medo!
Mas, horas perdidas escrevendo sobre minha vida não é o que quero pra encerrar o dia.
Hoje eu quero sintetizar tudo o que tenho escutado acerca de relacionamento.
Eu que atualmente estou devorando meus 25 anos de vida - sendo que desses apenas 17 meses vivi de clausura relacional, ouvi muitos choros e desconsolos de minhas amiga(o)s (aqui a gramática machista não tem voz nem vez...) mais "namoradeira(o)s".
Os reclames são sempre os mesmos - inclusive os mesmos que os meus: coisas de mais, outras de menos. Isso oCORRE demais e, por oCORRER demasiadamente, leva consigo as chances que temos de ser feliz com alguém.
"Ela fala muito que me ama - de mais".
"Ele nunca diz que me ama - de menos".
"Ela leva a sério tudo o que falo - de mais".
"Ele não me leva a sério - de menos".
"A família dele vem sempre em primeiro lugar - de mais".
"A família dela não gosta de mim - de menos".
"Ele só joga futebol com os amigos - de mais".
"Ela não deixa eu sair com os amigos, mas vive às compras com as amigas - de menos".
Caberiam aqui infinitas frases semelhantes a essas.
Não é demais? Não, é demenos...
Sabe o que está de mais? O ciúme, a possessibilidade, as palavras erradas, o medo de assumir, o orgulho, as respostas não esperadas, a dúvida, a falta de amor próprio, a complexação de coisas simples, o medo de perder, o medo de sofrer, a carência, a dependência, o medo da solidão...
E de menos? A compreensão, o estender a mão, a voz amiga, a liberdade de partida, o desejo de que a paz seja mais que uma palavra clichê, a certeza, a capacidade de se entender literalmente num piscar de olhos, assumir-se o que se sente, simplicidade até mesmo nas coisas complexas...
E o resultado dessas faltas e sobras é o que venho assistido: pessoas se perdendo, amores se indo.
Fácil, pra quem está de fora, é julgar, apontar erros e falhas. Quando se é um dos lados que vacila, aí sim, é desesperador ser julgado, aconselhado e, mesmo assim, continuar cometendo os mesmos erros e falhas.
E o amor que era um punhado de areia, pego num dia de sol à beira-mar, vai se escapando entre os dedos daqueles que estão ocupados demais abrindo mão do que lhes fará muita falta em um dia de sol à beira-mar. Sentindo-se à beira do abismo, há de se pensar: "porque não o calei com o silêncio que um beijo requer?".
E o que resta? Dizer: "Foi demais, mas eu fui de menos"...
Devemos lutar contra os nossos medos enquanto ainda temos a chance de vencê-los. Mas, parece que apenas entendemos isso quando já fomos vencidos e finalmente encontramos a solidão que o medo de sentir-se só nos trouxe.
Para cada ação, uma reAÇÃO.
Agir enquanto há tempo.
E agora que sou um dos lados que erra, não quero ser julgada, nem aconselhada. Vou tentar lutar silenciosamente contra os meus medos, porque paz, pra mim, é sentir que, ao "seu" lado, qualquer lugar do mundo é o melhor e mais seguro.


Por indicação de @mariatti, ao som de Zero Assoluto - Appena prima di partire

PS: Aliás, ele está devendo um layout pro Blog, vou pagar a prazo, claro!!!

Um comentário:

  1. Já faz tempo que comecei a achar que relacionamentos são fadados ao fracasso.Todos.

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