sábado, 10 de julho de 2010

How not to die

Como não morrer diante dos erros?
Dos mais simples aos mais complexos: quem os sabe classificar?
Uma vírgula esquecida, uma palavra repetida, uma crase perdida, uma sílaba não acentuada: imPERDOÁvel?
Uma data esquecida, uma desculpa repetida, uma hora perdida, uma pessoa não assentada: PERDOÁvel?
Como não morrer ao ver morto quem se quer vivo?
Como não morrer ao ver morrer quem se quer vivo?
Como não morrer ao se ver morrendo quem se quer vivo? - paulatinamente.
Como não morrer de rir com aquele amigo engraçado?
Como não morrer de vontade chorar ao se ver animais abandonados, velhinhos” sarjeteando” vida a fora, crianças agindo como adultos que agem mal - e odeio quando dizem que algumas pessoas vivem, às ruas, como animais, como se o fato de eles viverem assim fosse normal.
Como não morrer de tédio esperando o ônibus?
E como não morrer de medo de perdê-lo?
Como não morrer de saudade de quem vive - longe ou perto - mais distante?
Como não morrer de vontade de comer quando se está com fome? E isso vale para outras situações: sede, água do joelho, sono...

Como não morrer de desejo por um beijo?

Como não morrer por precisar de um abraço que não quer te abraçar?

Como não morrer de ciúme de seu melhor amigo quando ele começa a falar “demais” dos outros amigos? – antes que eles mesmos digam: homens estão excluídos desses casos (e de outros também)?

Como não morrer de inveja de quem tem o que se sonha em ter?

E como não morrer de orgulho por ter visto alguém conquistar o que sonhou?

Como não morrer por viver atrás das grades? (eu morro por você que aí está – AMO*)

E como não morrer ao ver alguém que não sabe usar a liberdade?

Como não morrer ao ver a cor do salário logo desbotar?

Como não morrer de tanto trabalhar?

Como não morrer ao final de um livro bom?

Como não morrer por viver assim sem tom?

Eu morro por tudo isso e “muitos maises” desses e de outros tipos.

Eu morro, com pena de mim, por tão mal viver à espera da morte.

Eu vivo, com pena de mim, por tão mal morrer à espera da vida e

De um “si”

De um “sin”

De um sinal.

PERDOÁ?

As contas estão pagas ou pagadas, o trabalho está em dia ou adiado, as roupas estão lavadas e secas e passadas e dobradas, e os móveis no lugar de sempre, e as cortinas cobrindo o restante da tarde, e tudo tem um cheiro de limpeza e tudo soa pura impureza. E eu? Como estou?

PERDOÁ?



2 comentários:

  1. Mi,

    E é com esse cheiro de limpeza que a impureza é embriagada.

    Beijo imenso, menina linda.

    Rebeca

    -

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  2. Um Tumblr que reune fotos dos pais de leitores. Ideia genial!

    Espero que goste.

    http://myparentswereawesome.tumblr.com/

    Beijo imenso, menina linda.

    Rebeca

    -

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