quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ex-periências amorosas

Beleza nunca foi meu forte e acredito que continua não "fondo".
Estilo e moda também não me favoreciam e o presente deste quesito imita o anterior.
Nunca me destaquei nos esportes e sempre fui a última a ser chamada a compor o time de qualquer coisa na escola. #a Milene não!!! Finalmente, um dia, alguém conseguiu entender que eu realmente não nasci pra coisa. Não gosto de jogar!! Talvez por medo de perder. Talvez por realmente não saber, enfim, não jogo. Nem cartas. Eu as guardo na manga pra quando precisar.
Meus cabelos, até hoje, apenas conseguiram alcançar a longa distância até meus ombros. São fracos e confusos. E eu, por vezes, também, não consigo alcançar distância alguma. Nem teus ombros. Afinal, meus 1,54 cm me permitem enxergar melhor a superfície e o céu fica para os inalCANÇÁVEIS.
O pior de tudo é ter certeza do que você é, do que você pode e, sobretudo, do que não pode. Eu me sabia assim, não via outra coisa no espelho.
Sendo eu, então, desprovida, de todos esses atributos e, pior, tendo certeza da falta deles, como poderia conquistar alguém?
Conquistando-me primeiramente?
E como uma menina dando início a sua carreira amorosa pode fazer isso? Se tudo o que ela sabe até um pouco além da adolescência - se não a vida inteiRa - é ser insegura.
Como as outras meninas agiram ou agem ou irão agir eu não sei, mas eu fiz assim:

1) Caso Lucas: Pelo o que lembro, meu primeiro amor foi na terceira série. Ele era muito bonito e achava o mesmo da minha melhor amiga Deza, ou seja, primeiro amor e primeiro não correspondido. Eu não a odiei por isso, sempre ligo no dia 04/03, aniversário dela, um dia até levei rosas pra ela. Ele tem uma "camioneta" e adora rachas de som e tudo sobre carros. Perfeito pra mim - sim pra eu rachar a cara dele.

2) Caso Elton: Esse, por incrível que pareça, descobriu-me. E eu ainda nem tinha dado o primeiro beijo. E foi dele, assim roubado. Ele era o mais cara de perfeito pra mim. Eu gostei muito dele e sempre pedia, na 102.9, Please forgive me, do Bryan Adams, “FORTES EMOÇÕES” (eu não sabia nada de inglês na época, nem minha professora, porque ela me disse que era “esqueça-me”, trocou pelo forget, sorry!). Minha prima se envolveu com ele também, não sei se antes ou depois - ou os dois - roubou ele de mim por um tempo (e ela vai ler isso). Hoje ela é minha melhor amiga, irmã, confidente, e sou madrinha do filho dela (meu lindo). Ele? Virou evangélico, continua plantando o fumo nas roças e tem alguns filhos que nem sei quantos. Perfeito pra mim - sim pra eu o trair com o pastor. PS: mas ainda me dói ouvir a música.

3) Caso Rafael: Isso foi na época em que eu andava com camisetas do grupo de jovens: Jesus te ama. Eu cantava na banda da igreja, fazia teatros na igreja, ia a retiros... Ele? Era um desconvertido que já tinha tocado na igreja até ser tocado dela. Era terceirão (uhhulll) e ele foi o mais otário de todos. Ficou com a outra menina da sala, ela ia pra Marinha, só ia mesmo. Rancor não guardei, dizem as más línguas que eles vivem em Portugal atualmente. Perfeito pra mim - sim pra eu nunca ir a Portugal.

4) Caso José: Foi me consolando dos maus bocados que o Rafa me fez passar, que o Zé me pegou e não foi mais possível o largar. Ele era problemático demais, eu simples demais. E o sorriso dele é algo que não quero esquecer nunca. Ele ficava com minhas amigas e elas também eram apaixonadas por ele. Ele roubou um carro, foi preso, usava drogas, mas eu o amei e fiquei com ele quando ninguém mais o fez. Vi as marcas que os policiais deixaram nele e chorei. Minhas amigas hoje são ainda mais amigas. Ele foi embora pra Joinville, voltou três anos depois e, quando eu o vi, eu realmente só não morri porque viver pra estar com ele era o que eu queria. Larguei tudo e fui. Faz quatro anos que eu não o vejo. Sei que ele está casado, mas vou guardar a última coisa que ele me disse, por mensagem, antes de perdermos o contato: "não deu de passar na tua casa antes de vir embora, mas estaremos sempre juntos em pensamentos". Fiquei anos remoendo o que ele não sentia por mim, mas ele sentia. Saudade é uma coisa que dói. Perfeito pra mim - sim pra eu chorar nos 29/06 de todos os anos e quando ouvir CPM22.

5) Caso Willian: Como o José era louco demais e não estava “nem aí” pra mim, conheci o Will, mais conhecido como Piu. Não se podia dar um piu que ele se “finava”. Foi aquela namoradinha inocente. Íamos ao grupo de jovens juntos. Quase morri quando ele foi estagiar e chorei uma madrugada inteira quando ele terminou comigo em um baile de formatura. Ele foi pra Lages, formou-se em agronomia e, agora, largou tudo pra seguir uma filosofia de vida japonesa, que tem um nome difícil demais até pro Google. Passamos a última virada de ano juntos e eu pensei: perfeito pra mim - sim pra eu o ter como amigo.

6) Caso Sander: Sanduxo foi um cara importante. Alto astral, mas bravo. Foi muito fofo nosso lance. Fiz música pra ele e ele quase derreteu. Fazias as coisas mais lindas pra mim e por mim. Saímos do grupo de jovens, entramos no curso de dança gaúcha e dançamos muitoooo. Depois, foi a vez de o nosso romance dançar. Eu não fui feita pras coisas fáceis e simples como era nossa história. Hoje olho triste pra trás, porque ele era um cara que sabia me fazer feliz. Atualmente, ele está namorando, noivo ao algo do tipo. Não conversamos porque “a moça” é ciumenta. Mas sempre que ouço música gaúcha e não tenho com quem dançar, penso: perfeito pra mim - sim pra ser meu par.

7) Caso Guilherme: Seis meses depois de ter visto o José pela última vez, "encontrei" o Guigo, um menino 5 anos mais novo que eu. E sabem o que eu pensei? Quero ficar com ele. Eu ainda penso isso à vezes. Foi a coisa mais bonita e pura que eu já vivi. Foi entrega. Foi espera. Foi vontade reciproca em tudo. Foi, foi e acabou não sei por qual dos tantos motivos. Mas eu ainda acho que nós tínhamos o maior motivo pra ficar juntos: gostar-se ou amar-se, talvez ele não goste muito do último verbo, mas era isso, era amor. Hoje, trocamos palavras no msn, somos amigos e já fomos mais. Acho que eu o perdi enquanto ele me perdia. Mas eu, como sempre, não tenho vergonha de dizer que o amo. Perfeito pra mim - sim pra eu guardar onde deve estar.

8) Caso Fernando:Nando veio depois, no bus da facul. Mais tímido impossível. E, quando ele falou que tocava violão, eu pensei: "achei quem eu procurava!". Mas, foi lance rápido, ela ia lá em casa, ele tocava uma viola, eu cantava e ele até me convenceu a tocar uma de minhas músicas. Mas, na primeira vez que ele disse "não vá", eu fui. Não nasci pra ser mandada e nem ele pra não ser "respeitado". Depois disso, ele me salvou do incêndio no bus da facul, jogou-me janela à fora e fui embora com minha tal liberdade. Ele lia meu antigo blog e gostava muito. Parece que casou com uma mulher alguns anos mais velha que ele. Perfeito pra mim - sim pra eu dizer que "vou" e simplesmente ir.

Outros vieram, passaram e, talvez, tenham marcado de alguma forma. Se esqueci de alguém foi porque não foram importantes a ponto de eu pensar: "perfeito pra mim".
E hoje, aos 25, com a mesma altura e um pouco mais de segurança, eu fico pensando no que é perfeito pra mim, porque eu sou tão imperfeita.
Mas, quando me olho no espelho hoje, não apenas me olho, eu me vejo. E isso muda tudo, porque, do avesso, eu até que sou bem bonita e visto tons de todos os estilos.
Tom de carinho, de riso, de melancolia, de alegria, de um querer bem a tudo e a todos.
Então, fecho o zíper, apago a luz, tranco a porta e vou trabalhar na esperança de que, ao cruzar a rua, eu possa novamente pensar: "Perfeito pra mim!" ou pelo menos saber traduzir essa perfeição.

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Peço desculpas por citar nomes sem autorização, mas o amor me permitiu.
Obrigada por me transformarem no melhor que sou hoje quando comparada ao ontem.

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segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Por amor, por você.

TE AMO, MINHA VÉIA!


Vim ao mundo como um brinquedo dado fora de época. Se fosse a uma criança, ela não se importaria, mas adultos são desconfiados. Meu dono nunca quis brincar comigo – por ironia ou simples cumprimento do purgatório, hoje ele não tem com quem brincar – e minha dona até brincava, mas com um tom de obrigação, eu parecia ter me tornado a única opção. Foi a mãe de minha dona quem me fez entender que eu não era, de fato, um brinquedo. Ela não disse nada, apenas me ensinou a ser humana.

Hoje vejo que foi estranho – e, sobretudo, necessário – viver naquela casa, “só tinha teto, não tinha nada”. Banhos? Em banheira de alumínio. Ir à escola? De carroça. Pai? Todo aquele que parecesse homem. Amigos? Os que eu inventava. Brincadeiras? Correr pelas roças de fumo (magnata!!) e oferecer, a invisíveis, o lodo endurecido das poças como se fosse chocolate (ou parecia muito ou eu pouco conhecia chocolate). Ainda bem que a “comidinha” não era de “mentirinha”.

Eu morava lá onde o diabo já tinha perdido tudo, não tinha com quem brincar e, desde lá, passei a admirar a arte de viver só. Eu nem cresci, nem perdi o ar de criança – mas hoje ela dança.

Lembro de poucas coisas da minha infância, mas não posso esquecer do meu desejo de ter uma barbie. Um dia, aquele que dizem ser meu pai me levou uma, mais falsa que as Prada da 25 de março. Nem sapatos a pobre coitada tinha. Não foi lá aquela alegria, mas para quem não tem nada, o pouco basta?

Tempos depois, ganhei uma de verdade – e com sapatos, óbvio!! Brincávamos as três, eu, ela e a “feita de ar”, mas quem não tem uma amiga vazia, não é?

A pobre da “normal” teve como namorados: um palhaço feito de pano, um lápis de cor, um Papai Noel (hohoho), menos o tal do Ken (quem?) – qualquer semelhança com meu presente será mera coincidência. (tá, os meus não são de pano!).

Depois que alcancei a idade que a gente finge não ser mais criança e brinca escondida (até um colega da escola aparecer de surpresa na janela e ver o circo montado na sala, né?), eu e a Thalia – esse era o nome dela – assistíamos a todas as Maris da vida: Mari Mar, Maria Mercedes, Maria do Bairro. Ela não perdia um capítulo.


Fomos “crescendo” e ela cortou os cabelos na esperança de que voltariam a crescer e, quando fazia frio, usava o vestido da amiga falsa, mas não servia muito bem, afinal a sem sapatos era brasileira e a Thalia..., se é que vocês me entendem.

As danadas crescem mesmo, tornam-se independentes. A Thalia calçou os sapatos rosa, vestiu o macacão florido e partiu – também meu coração. Não estamos preparados para perder e isso a gente somente aprende quando temos algo para perder... e o perdemos.

Quando se é criança, os sonhos giram na “ciranda material”, do pagável, do comprável – talvez não por quem sonha, mas por pessoas como eu e você. Difícil é se ter o que o dinheiro não compra, como trazer de volta pessoas como aquela que me fez deixar de ser brinquedo e me ensinou que, depois da tempestade, eu posso colorir um arco-íris só pra mim – e pra quem quiser vê-lo também (SAUDADE, minha véia!).


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Escrevi esta história para participar de um "lance" da empresa onde trabalho. Fui umas das escolhidas e fui premiada com uma linda barbie e com sapatos, como pode ser visto. Valeu, Betha!! Resgatei-me!!


sábado, 23 de outubro de 2010

Eu me permito...

Eu me permito imitar a perfeição e abusar do coração
Me permito iniciar frases com pronomes e não ser chamada pelo nome
Me permito acordar de mau humor e dormir com insônia
Me permito quebrar a rima e "ficar" sem clima
Me permito ignorar o que você sabe e não ser covarde
Me permito saber o que você não sabe e falar a verdade
Me permito parecer o que não sou e não dizer aonde vou
Me permito ser o que ninguém vê e assistir a TV
Me permito chegar sem avisar e simplesmente ficar
Me permito ir sem me despedir
Me permito errar até sem querer acertar
Me permito brigar contra o injusto e usar vestido justo
Me permito dançar nos dois sentidos e não ter entendido
Me permito ser ignorada e mal amada
E a fazer o mesmo no próximo ensejo
Me permito rir alto e andar de salto
Me permito acreditar no humano ainda que, a cada ano, torne-se mais difícil
- acreditar -
Me permito aceitar as diferenças e não ter crenças
Me permito amar e odiar com a mesma intensidade - e "tansidade"
Me permito ser simples nos atos e complexa em fatos
Me permito esquecer uma data, não sem que isso faça a culpa aparecer
Me permito ser alguém como você - que me lê
Mesmo sabendo que posso ser melhor do que isso que nos tornamos
E você? Talvez...
Me permito mentir e fingir que era verdade
Me permito sentir saudade
Ter vaidade? Também...
Me permito morrer e não correr - do inferno
Me permito fugir, mas não desistir
Me permito escrever o que ninguém lê e ainda querer você
Me permito pedir perdão e jurar em vão
Me permito mudar sem deixar que os outros se mudem - pra longe de mim
Me permito estar aqui ou em qualquer lugar
E vazar quando esse ou aquele não mais me couberem
Me permito estar do seu lado mas, nem sempre, ao seu lado
Me permito lutar por quem mereça brigar
Me permito o silêncio quando nada mais existir pra calar
Me permito a ausência quando a minha presença não for mais presente
Me permito romper contratos e cometer certos atos
Me permito ignorar a regência do verbo permitir
Porque só ele me fez conhecer o que rege meu coração:
PERMITIR-SE

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Dona Troiana em seu texto sem reticências ou ponto final

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Last song

Foi num verão que eu vi a cena mais romântica da minha vida, embora não fosse por mim enceNADA. O ano? Talvez 1997. Ela parecia surreal demais pra ser verdade.
- Estão tentando imaginar minha idade? Nem precisa, tinha lá meus 12 anos (agora estão calculando minha idade atual? Não ocupem os dedos do corpo inteiro com isso, é 25 o número pelo qual procuram) -
Agora quem está fazendo cálculos sou eu mesma: 13 anos se passaram e lembro dela perfeitamente: era praia, mar engolindo o horizonte e um casal brincava à beira dele. Podem imaginar a música que quiserem, eu apenas ouvia os risos intraduzíveis - que melodia!
Talvez a pouca idade me tenha feito prometer que viveria algo semelhante - até vivi, puramente ficcional.
Mas, hoje, com toda imaturidade "relacionamental" que a vida me proporcionou, começo a pensar no que faz as histórias de amor serem grandes? O tempo, os desafios, a distância, os contratempos ou simplesmente o sentimento?
O tempo traz rotina, os desafios fortalecem, a distância une, os contratempos, por vezes, separam, mas e o sentimento? É possível sobreviver aos demais itens se ele não existir, se ele não for a razão de tudo? E um sentimento sem superação e aprovações é capaz de sobreviver e de se comprovar? Queria tanto poder responder, mas não posso, porque não sei a resposta, porque não tenho experiência suficiente pra fazê-lo.
A cada dia, vejo mais distante a possibilidade de saber a resposta.
Tive somente uma chance pra viver uma cena daquelas e eu disse: "Não gosto de banhos de mar!!!". Não se trata de remorso, nem de arrependimentos, o leite derramado já secou e minhas lágrimas também.
Apenas sei que hoje (20/10/2010), ao abrir a janela do local onde trabalho, alguma coisa naquele vento que soprava me fez lembrar daquela cena. Olhei para o lado e vi um horizonte sujo de prédios. Não havia casal algum brincando, só havia um amor perdido que, não literalmente, dançou e, depois de nadar, morreu na praia.


Cordialmente,


Felicidade em Dia Triste
Estagiária do Amor

sábado, 16 de outubro de 2010

Ficar pra semente

Costumo começar posts dizendo: "tenho pensado nisso", referindo-me ao título que dou a postagem. Desta vez, porém, proporciono-me o inverso, afinal ainda não estou louca suficientemente pra pensar em "ficar pra semente".
Eu tenho pensado, na verdade, em coisas que não me fazem querer eternizar essa vida - talvez apenas a existência que ela representa. E nem é por conta da violência, das drogas, da política, etc., é porque percebo que não temos nos tornado pessoas melhores, não estamos evoluindo tanto quanto a tecnologia - a não ser que sejamos todos robôs e ninguém me avisou.
Está na fala, sobretudo no tom, no olhar, sobretudo, no desviar dele: tudo tem soado maldade e isso me cansa.
Sempre cuidei para que as coisas que eu escrevo não parecessem lição de moral, porque essa também é uma das coisas que me cansa. Pessoas gostam disso: ser maldosas e dar lições de moral.
No trabalho, eu fico o dia inteiro corrigindo pessoas e dizendo a elas o que é certo e o que é errado e, embora, o português seja uma língua realmente complicada, é muito mais fácil do que dizer o que é certo ou errado na linguagem da vida e fazer com que isso valha pra todos. Qual é o padrão? Qual nossa norma? A Bíblia? E quem a tem lido? Eu nunca a li, se não para responder àquelas perguntas da catequese.
O fato é que, pra mim, a Bíblia está para a linguagem do mundo como a Gramática está para a língua portuguesa: cometemos pecados, equívocos, deslizes, enfim, não seguimos a norma. Quanto ao segundo livro, usa-se como justificativa: a falta de estudo e a consequente ignorância e o fato de ter muitas regras e ainda mais exceções. Eu também faço uso dessas e de outras “desculpas” quando não sei responder se vai crase ou não. Nem me envergonho disso, eu sou aprendiz.
E quanto ao outro “livrinho”, quais são as justificativas que usamos para não seguir às regras? Ignoramos o conteúdo dele? Eu nunca li, mas devo saber, pelo menos, uns 70% das regras nele impostas – porcentagem que supera meu conhecimento gramatical. Nunca ouvi alguém dizer que não aplica a regra da Bíblia porque não sabia, nem tão pouco porque são muitas. E, neste caso, exceções, pra mim, são aqueles que, assim como eu, não são hipócritas, não dizem uma coisa e fazem outra, não julgam, não... ou melhor, fazem tudo isso perante aos olhos de todos e se assumem. Está bem aí a falha, a peça que tem defeito, que não nos permite avançar: a coragem – de assumir que somos humanos errantes, fracos, perdedores, maus, magoáveis, perversos, invejosos, etc. É isso que nos falta: cara e coragem para expor o que há de menos belo em nós. E é por isso que não quero nem sonhar em “ficar pra semente” num chão como esse que tem germinado frutos tão podres como os chamados de humanos.
Não estou criando regras, pode até parecer julgamento e lição de moral, mas, se for, será pra mim e não para o restante dos roBÔBOS que habitam o planeta tERRA.
Quanto à Bíblia, apenas uso uma justificativa: não a uso e, sim, vai ponto final.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Procura-se um amor de estação

Postado em 25 de fevereiro de 2009.

Procura-se um alguém que tenha sobrevivido a última estação, que tenha caído na real e não na minha mão.
Procura-se aquele que queira agora cair na irrealidade mágica de uma paixão e, talvez, na minha mão.
Procura-se alguém que queira simplesmente deixar de ser um alguém para tornar-se o alguém.
Procura-se aquele que sinta, no ato, a soma dos corpos, a divisão de entrega, o mar de prazer que é mergulhar no outro.
Procura-se alguém intenso e não, apenas, tenso com o dia a dia.
Procura-se aquele que goste de contar história e de ouvir algumas poucas e boas... Mas, se o silêncio couber... procuro por aquele que o sabe ouvir.
Procura-se por um colecionador de folhas de outono - alguém que por abandono cultive seu próprio jardim.
Procura-se alguém que queira chorar - de rir - ao me ver chorar em finais (in)felizes de filmes (legenda: inglês, audio: inglês); mas, se o alguém quiser me convencer de que podemos protagonizar o nosso... procuro por este alguém.
Procura-se aquele que saiba rir dos próprios erros e que deixe alguém secar suas lágrimas quando elas surgirem. E, se ele me abraçar enquanto eu soluço, procuro por este.
Procura-se alguém que tenha sentimentos bons e pensamentos malignos. E, se ele me convidar pra passear nos jardins do seu pensar, procuro por este alguém.
Procura-se alguém que possua um corpo, uma mente e um coração que caminhem juntos... explorados ao mesmo tempo.
Procura-se aquele que leva um violão às costas - pra mim ou pra ele. Que nossa risada quando somada seja a mais perfeita melodia noite e dia.
Procura-se alguém que peça colo e que faça dele sua moradia.
Procura-se alguém pra se viver uma ou duas eternidades, mas, se for uma estação, que volte quando sentir saudades.
Procura-se alguém com fé e sem religião; com opiniões livres de julgamentos e preconceitos.
Procura-se alguém pra me amar durante uma estação e, se, no verão, ele ainda quiser ficar, decreto encerrada essa divisão e, a partir de então, abro espaço ao calendário do amor. E tudo vai acontecer ao mesmo tempo: flores, gelo, pétalas em torno do teu abraço, folhas colhidas em nosso espaço, vento e brisa.
Procura-se aquele que por uma estação fará de mim uma flor que sobreviveu a última estação.


Procuro você, que não me lê, mas sente em suas entranhas as estranhas doses da minha palavra.
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Procuro ser o mais fiel aos meus desejos insanos. Não por engano, o amor é o que mais procuro, só ele une o que nasceu descombinado.
Procuro alguém em quem pensar antes de dormir.


Alguém que ame o livre amor...

domingo, 3 de outubro de 2010

Sem passado

O passado tanto serve para nos tornar quem somos quanto para nos impedir de ser alguém diferente. Depende de quem faz as escolhas e de quais opções se tem.
Mas, quando conhecemos alguém, depois das perguntas básicas do presente, vêm as não menos básicas sobre o passado e talvez seja aí que surjam os primeiros ciúmes, algo do tipo: "onde eu estava enquanto ele(a) vivia tudo isso?". Onde mais que não em seu próprio passado?
O problema, que nem era para ser problema, piora quando se trata do passado composto da vida desse alguém, sobretudo, quando o passado pede, ao presente, que se torne futuro.
Você fica ali parado como se assistisse à vida do outro pela TV e, então, percebe que, no último capítulo, alguns casam, outros nascem, festas são dadas, mas você não está mais lá, nem como coadjuvante. E sabe por quê? Porque você estava em outro passado quando se previu que esse seria o final. E o passado dessa pessoa serviu para que ela se tornasse quem é e a impediu de viver algo diferente. Não se trata de maldade, são opções e depende apenas dela escolher. Talvez você fosse a C ou a B ou Nenhuma das Alternativas Anteriores. Quem sabe? Nem quer dizer que a opção marcada seja a mais correta.
Não se deve ficar triste quando isso acontece, porque, um dia, será passado – será? –. E, enquanto esse dia não chega, você pega o controle remoto e até tenta trocar de canal, mas todos exibem a mesma coisa: a rotina de quem fica – de fora – comparada a de quem segue.
Eu que tenho esse coração mal educado, ignorante e fraco, já me engasgo só em pronunciar “despedIDA”, mas quantas vezes tive de dizer adeus, segurando-o nas mãos. Ele pode ser tudo isso, mas é bom: não se amarga, não se envenena e não deixa morrer, no passado, quem, um dia, foi um presente tão bem recebido.
Não era pra ser problema, mas como se parece com um. Talvez porque seja algo que precisa ser resolvido.
Não cabe raiva, julgamentos, nem culpas na minha bagagem, porque o meu passado já pesa muito e vive me pedindo para se tornar futuro.
Mas, que dá vontade dá, de conhecer alguém sem passado e poder escrever, para ele, um futuro a lápis. Um dia, eu me apago e lhe devolvo o poder de escOLHA.

Perfeito não? NÃO!!


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